quarta-feira, 6 de maio de 2015

25 de abril




 







A nossa biblioteca festejou o 41º aniversário do 25 de abril com muita poesia.
Os alunos do 5º A fizeram poemas alusivos à data que foram expostos no bar da escola e, nas portas das salas de aula, foram colocados poemas de vários autores portugueses.
Deixamos aqui alguns textos poéticos da nossa literatura para assinalar esta importante data histórica.



25 de abril

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
   
    Sophia de Mello Breyner Andresen




A Rapariga do País de Abril

Habito o sol dentro de ti
descubro a terra aprendo o mar
rio acima rio abaixo vou remando
por esse Tejo aberto no teu corpo.

E sou metade camponês metade marinheiro
apascento meus sonhos iço as velas
sobre o teu corpo que de certo modo
é um país marítimo com árvores no meio.

Tu és meu vinho. Tu és meu pão.
Guitarra e fruta. Melodia.
A mesma melodia destas noites
enlouquecidas pela brisa no País de Abril.

E eu procurava-te nas pontes da tristeza
cantava adivinhando-te cantava
quando o País de Abril se vestia de ti
e eu perguntava atónito quem eras.

Por ti eu me perdi eu me encontrei
por ti que eras ausente e tão presente
por ti cheguei ao longe aqui tão perto.
E achei achando-te o País de Abril.

Manuel Alegre



SONETO AO SENHOR CORREIO

Senhor Correio, Senhor Dom Correio,
por favor, por favor, Vossa Excelência
não abra as minhas cartas porque é feio
e tudo o que for feio falta à decência.

Eu leio as suas cartas? Não, não leio.
Se suas cartas lesse era demência.
Senhor Correio, veja se há um meio
de ter um pouco menos de inclemência.

Porque enfim o que escrevo a mim o devo,
Senhor Correio, é meu tudo o que escrevo,
e a tinta expressando as minhas falas.

É qualquer coisa mais que intimidade.
Senhor Correio, sabe que é verdade,
violar minhas cartas é matá-las.

Sidónio Muralha




OUVINDO BEETHOVEN

Venham leis e homens de balanças,
Mandamentos daquém e dalém mundo,
Venham ordens, decretos e vinganças,
Desça o juiz em nós até ao fundo.

Nos cruzamentos todos da cidade,
Brilhe, vermelha, a luz inquisidora,
Risquem no chão os dentes da vaidade
E mandem que os lavemos a vassoura.

A quantas mãos existam, peçam dedos,
Para sujar nas fichas dos arquivos,
Não respeitem mistérios nem segredos,
Que é natural nos homens serem esquivos.

Ponham livros de ponto em toda a parte,
Relógios a marcar a hora exata,
Não aceitem nem votem noutra arte
Que a prosa de registo, o verso data.

Mas quando nos julgarem bem seguros,
Cercados de bastões e fortalezas,
Hão de cair em estrondo os altos muros
E chegará o dia das surpresas.

José Saramago




Destino

I
Trago na fonte
e estrela do fogo
da minha revolta
Nunca aceitaria qualquer tirania
nem a do dinheiro
nem a do mais justo ditador
nem a própria vida eu aceito...
tal como ela é
com todas as promessas
do amor e da juventude
e a parda doença
de envelhecer
a morte em cada dia
antecipada

II
Na mais lôbrega alfurja
ou na cama de folhas macias
da floresta
onde a chuva te adormeceu
há sempre um diamante de sol
cujos raios te penetram de
ventura
ao sonhares a palavra
liberdade

III
Quando a terra poluída
tiver sorvido
toda a água dos lagos e das
fontes
hei de levar o meu fantasma
até ao porto sonoro
onde a esperança cai a pique
sobre o mar dos desejos sem limite

Urbano Tavares Rodrigues



RETRATO DE CATARINA EUFÉMIA
Da medonha saudade da medusa
que medeia entre nós e o passado
dessa palavra polvo da recusa
de um povo desgraçado.
Da palavra saudade a mais bonita
a mais prenha de pranto a mais novelo
da língua portuguesa fiz a fita encarnada
que ponho no cabelo.
Trança de trigo roxo
Catarina morrendo
alpendurada
do alto de uma foice.
Soror Saudade Viva assassinada
pelas balas do sol
na culatra da noite.
Meu amor. Minha espiga. Meu herói
Meu homem. Meu rapaz. Minha mulher
de corpo inteiro como ninguém foi
de pedra e alma como ninguém quer.

José Carlos Ary dos Santos
AR LIVRE

Ar livre, que não respiro!
Ou são pela asfixia?
Miséria de cobardia
Que não arromba a janela
Da sala onde a fantasia
Estiola e fica amarela!

Ar livre, digo-vos eu!
Ou estamos nalgum museu
De manequins de cartão?
Abaixo! E ninguém se importe!
Antes o caos que a morte...
De par em par, pois então?!

Ar livre! Correntes de ar
Por toda a casa empestada!
(Vendavais na terra inteira,
A própria dor arejada,
- E nós nesta borralheira
De estufa calafetada!)

Ar livre! Que ninguém canta
Com a corda na garganta,
Tolhido da inspiração!
Ar livre, como se tem
Fora do ventre da mãe
Desligado do cordão!

Ar livre, sem restrições!
Ou há pulmões,
Ou não há!
Fechem as outras riquezas,
Mas tenham fartas as mesas
Do ar que a vida nos dá!

Miguel Torga






quinta-feira, 30 de abril de 2015

Decorreu, entre os dias 16 e 20 de março, a Semana da Leitura, na Biblioteca Escolar da Escola Básica de Amareleja.

Decorreu, entre os dias 16 e 20 de março, a Semana da Línguas, na Escola Básica de Amareleja.

No dia 10 de fevereiro comemorou-se o Dia da Internet Mais Segura! Neste dia e também no dia 11 de fevereiro, contámos com a presença da equipa da Escola Segura da GNR de Amareleja, que colaborou connosco e realizou ações de sensibilização sobre segurança na Internet para os alunos dos 1.º e 3.º ciclos da Escola Básica de Amareleja.























Semana Internet Segura
No dia 10 de fevereiro de 2015 comemorou-se o Dia da Internet Mais Segura!
À semelhança dos anos anteriores, foram promovidas durante a semana, na nossa escola, algumas atividades relacionadas com a temática da segurança na Internet.


Decorreram, entre os dias 9 e 13 de fevereiro de 2015, diversas atividades sobre a temática relacionada com o Dia de S. Valentim, na Biblioteca Escolar, entre elas a realização de uma peça de teatro.









Decorreram, entre os dias 9 e 13 de fevereiro de 2015, diversas atividades sobre a temática relacionada com o Dia de S. Valentim, na Biblioteca Escolar.